Por que os espíritas não temem a morte

A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.

Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente.

Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.

(Cap. II item 10 – O Céu e o Inferno)

LIVRO DE JUNHO

O Céu e o Inferno

Allan Kardec

 

Este foi o quarto livro do pentateuco editado pelo mestre lionês e que este ano completa 150 anos de sua publicação.

Nele Kardec desenvolveu o tema crucial de todas as religiões: para onde vamos após a morte?

Para isso dividiu a matéria nele contida em duas partes principais. Na primeira Kardec discutiu, filosoficamente, conceitos como: o temor da morte, o Céu, o Inferno, O purgatório, os Anjos, os Demônios, etc. Na segunda ele nos traz testemunhos de Espíritos de diversas condições espirituais, tais como: Espíritos felizes, Espíritos em condições mediana, Espíritos sofredores, Suicidas, Criminosos arrependidos, etc.

A ideia de Deus como Pai e Criador se torna mais viva para nós, quando analisamos com Kardec a “Justiça Divina segundo o Espiritismo”, que é o segundo nome deste livro. Uma primeira leitura deste livro nos abrirá horizonte novos preparando-nos para seu estudo, mais aprofundado, o que nos dará uma base melhor para nossa fé.

Este é mais um livro que nos auxilia a entender melhor Jesus e Seu Evangelho de amor, caminho, verdade e vida.

Sinais dos tempos

(…) Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. A geração futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de ideias e de sentimentos muito diversos dos da geração presente, que se vai a passo de gigante. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História, como o estão hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.

(…) Mas, uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram consequência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade.

(…) É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos. Trabalhais, portanto, mais para o futuro, do que para o presente. Era, porém, necessário que esses trabalhos se preparassem antecipadamente, porque eles traçam as sendas da regeneração, pela unificação e racionalidade das crenças. Ditosos os que deles aproveitam desde já. Tantas penas se pouparão esses, quantos forem os proveitos que deles aufiram.

(trechos do cap. XVIII do livro do mês)

LIVRO DE MAIO

A Gênese

Allan Kardec

 

Este foi o quinto livro do pentateuco editado pelo mestre lionês e que completará 150 anos de sua publicação em 2018.

Nele Kardec reuniu três aspectos relevantes da revelação espírita: a Gênese, do Universo, da Terra e dos seres vivos e espirituais, apresentando-nos a lógica da causa primária em Deus; os Milagres, caracteres, fluidos e os fatos supranormais produzidos por Jesus; e as Predições, teoria da presciência, as predições do Evangelho e o sentido do Apocalipse.

Como as demais obras do Codificador, é um livro para uma primeira leitura, para depois ser estudado, sistematicamente, a fim de formarmos uma base sólida de conhecimentos doutrinários, capaz de estruturar em nós uma fé raciocinada, como ele mesmo nos propõe no frontispício do Evangelho Segundo o Espiritismo.

Este livro nos auxilia a entender melhor Jesus e Seu Evangelho de amor, caminho, verdade e vida.

Painéis da obsessão

Na raiz de todas as enfermidades que sitiam o homem, encontramos, no desequilíbrio dele próprio, a sua causa preponderante.

(…) Em razão da conduta mental, as células são estimuladas ou bombardeadas pelos fluxos dos interesses que lhe apraz, promovendo a saúde ou dando gênese aos desequilíbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram, oferecendo campo às bactérias patológicas que se instalam vencendo os fatores imunológicos, desativados ou enfraquecidos pelas ondas contínuas de mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes de perturbação e do sofrimento.

(…) Problemas de graves mutilações e deficiências, enfermidades irreversíveis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da consciência, em forma de arrependimentos tardios pelas ações nefastas antes praticadas.

Neste capítulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva. Daí, porque, só existem obsidiados, porque há dívidas a resgatar.

A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros.

(…) No caso específico das obsessões entre encarnados e desencarnados, estes últimos, identificando a irradiação enfermiça do devedor, porque são também infelizes, iniciam o cerco ao adversário do pretérito, através de imagens, mediante as quais fazem-se notados, não necessitando de palavras para serem percebidos, insinuando-se com insistência até estabelecerem o intercâmbio que passam a comandar…

De início, é uma vaga idéia que assoma, depois, que se repete com insistência, até insculpir no receptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave.

(…) É nessa fase, em que a vítima se rende às idéias infelizes que recebe, a elas se convertendo, que se originam os simultâneos desequilíbrios orgânicos e psíquicos de variada classificação.

(…) Só a radical mudança de comportamento do obsidiado resolve, em definitivo, o problema da obsessão.

(Introdução do livro do mês)