LIVRO DE JANEIRO – 2016

PERTURBAÇÕES ESPIRITUAIS

Manoel Philomeno de Miranda – Psic. Divaldo P. Franco

“Este livro é um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida, especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e a Sua doutrina.

De alguma forma, faz parte da série que iniciamos com o “Transição Planetária” e o “Amanhecer de uma era nova”, abordando os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente na Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.

Jesus vela pela barca terrestre e condu-la com segurança ao porto de abrigo, sendo infrutuosas todas as tentativas de dificultar-Lhe o ministério de amor e de misericórdia.

Desejamos com a presente obra alertar os compa-nheiros inadvertidos ou descuidados dos deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas responsabilidades morais na condição de trabalhadores de última hora, comprometidos com os benfeitores da Humanidade que neles confiam”

Manoel P. Miranda

AMOR E RENÚNCIA

O manto da noite caía de leve sobre a paisagem de Cafarnaum e Jesus, depois de uma das grandes assembléias populares do lago, se recolhia à casa de Pedro em companhia do apóstolo. Com a sua palavra divina havia tecido luminosos comentários em torno dos mandamentos de Moisés; Simão, no entanto, ia pensativo como se guardasse uma dúvida no coração.

Inquirido com bondade pelo Mestre, o apóstolo esclareceu:

Senhor, em face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula?

Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu.

Simão disse ele —, conheces a alegria de servir a um amigo?

Pedro não respondeu, pelo que o Mestre continuou:

As bodas de Caná foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do Reino de Deus nos corações. Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos dalma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranqüilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo-lhes as satisfações íntimas.

Contudo, Simão Pedro, manifestando a estranheza que aquelas advertências lhe causavam, interpelou ainda o Mestre, com certa timidez:

E como deveremos proceder quando os amigos não nos entendam, ou quando nos retribuam com ingratidão?

Jesus pôs nele o olhar lúcído e respondeu:

Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é em si mesma um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, quando a luz do entendimento tardar no espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros. Ainda que todos os nossos amigos do mundo se convertessem, um dia, em nossos adversários, ou mesmo em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa!…

E com o olhar absorto na paisagem crepuscular, onde vibravam sutis harmonias, Jesus ponderou, profeticamente:

O vinho de Caná poderá, um dia, transformar-se no vinagre da amargura; contudo, sentirei, mesmo assim, júbilo em sorvê-lo, por minha dedicação aos que vim buscar para o amor do Todo-Poderoso.

Simão Pedro, ante a argumentação consoladora e amiga do Mestre, dissipou as suas derradeiras dúvidas, enquanto a noite se apoderava do ambiente, ocultando o conjunto das coisas no seu leque imenso de sombras.

 (Cap.12 do livro Boa Nova – psic. F.C.Xavier)

LIVRO DE DEZEMBRO – 2015

LUZ DO MUNDO

Amélia Rodrigues – psic. Divaldo P. Franco

Este livro, narrando e repetindo as mensagens do Senhor às Suas gentes simples e sofridas do passado, é um convite, uma tentativa de entretecer um colóquio com os que sofrem, apresentando-lhes Jesus, o Incondicional Benfeitor, que permanece aguardando por nós.

Nada traz de novo que já não se haja dito. Recorda, revive, atualiza feitos e palavras, cicia em musicalidade fraterna as expressões que conseguiram impregnar os séculos e não desapareceram, ora representadas pelo pensamento kardequiano, encarregado de erigir o templo novo da fraternidade universal, delimitando as fronteiras do Reino de Deus, indimensionais como o próprio universo, que, no entanto, começa no coração, na alma do homem atribulado de todos os tempos.

O CANDIDATO INTELECTUAL

Conta-se que Jesus, depois de infrutíferos entendimentos com doutores da Lei, em Jerusalém, acerca dos serviços da Boa Nova, foi procurado por um candidato ao novo Reino, que se caracterizava pela profunda capacidade intelectual. Recebeu-o o Mestre, cordialmente, e, em seguida às interpelações do futuro aprendiz, passou a explicar os objetivos do empreendimento. O Evangelho seria a luz das nações e consolidar-se-ia à custa da renúncia e do devotamento dos discípulos. Ensinaria aos homens a retribuição do mal com o bem, o perdão infinito com a infinita esperança. A Paternidade Celeste resplandeceria para todos. Judeus e gentios converter-se-iam em irmãos, filhos do mesmo Pai.

O candidato inteligente, fixando no Senhor os olhos arguciosos, indagou: — A que escola filosófica obedeceremos? — Às escolas do Céu — respondeu, complacente, o Divino Amigo. E outras perguntas choveram, improvisadas. — Quem nos presidirá à organização? — Nosso Pai Celestial. — Em que bases aceitaremos a dominação política dos romanos? — Nas do respeito e do auxílio mútuos. — Na hipótese de sermos perseguidos pelo Sinédrio em nossas atividades, como proceder? — Desculparemos a ignorância, quantas vezes for preciso. — Qual o direito que competirá aos adeptos da Revelação Nova? — O direito de servir sem exigências. O rapaz arregalou os olhos aflitos e prosseguiu indagando: — Em que consistirá, desse modo, o salário do discípulo? — Na alegria de praticar a bondade. — Estaremos arregimentados num grande partido? — Seremos, em todos os lugares, uma assembléia de trabalhadores atentos à vontade divina. — O programa? — Permanecerá nos ensinamentos novos de amor, trabalho, esperança, concórdia e perdão. — Onde a voz imediata de comando? — Na consciência. — E os cofres mantenedores do movimento? — Situar-se-ão em nossa capacidade de produzir o bem. — Com quem contaremos, de imediato? — Acima de tudo com o Pai e, na estrada comum, com as nossas próprias forças. — Quem reterá a melhor posição no ministério? — Aquele que mais servir. O candidato coçou a cabeça, francamente desorientado, e continuou, finda a pausa: — Que objetivo fundamental será o nosso? Respondeu Jesus, sem se irritar: — O mundo regenerado, enobrecido e feliz. — Quanto tempo gastaremos? — O tempo necessário. — De quantos companheiros seguros dispomos para início da obra? — Dos que puderem compreender-nos e quiserem ajudar-nos. — Mas não teremos recursos de constranger os seguidores à colaboração ativa? — No Reino Divino não há violência. — Quantos filósofos, sacerdotes e políticos nos acompanharão? — Em nosso apostolado, a condição transitória não interessa e a qualidade permanece acima do número. — A missão abrangerá quantos países? — Todas as nações. — Fará diferença entre senhores e escravos? — Todos os homens são filhos de Deus. — Em que sítio se levantam as construções de começo? Aqui em Jerusalém? — No coração dos aprendizes. — Os livros de apontamento estão prontos? — Sim. — Quais são? — Nossas vidas…

O talentoso adventício continuou a indagar, mas Jesus silenciou, sorridente e calmo. Após longa série de interrogativas sem resposta, o afoito rapaz inquiriu, ansioso: — Senhor, por que não esclareces? O Cristo afagou-lhe os ombros inquietos e afirmou: — Busca-me quando estiveres disposto a cooperar. E, assim dizendo, abandonou Jerusalém na direção da Galiléia, onde procurou os pescadores rústicos e humildes que, realmente, nada sabiam da cultura grega ou do Direito romano, mantendo-se, contudo, perfeitamente prontos a trabalhar com alegria e a servir por amor, sem perguntar.

 (Cap.2 do livro No Roteiro de Jesus)

LIVRO DE NOVEMBRO – 2015

NO ROTEIRO DE JESUS

Irmão X – psic. F.C.Xavier

 Este livro é uma compilação de diversos textos de Humberto de Campos, sob o pseudônimo de Irmão X, sobre episódios vividos por Jesus espalhados em suas obras: “Cartas e Crônicas”, “Contos e Apólogos”, “Contos desta e doutra vida”, “Crônicas de Além Túmulo”, “Estante da Vida”, “Lázaro Redivivo”, “Luz Acima” e “Pontos e Contos”.

Com isso o autor deu continuidade à sua magnífica obra intitulada “Boa Nova”.

Este livro foi organizado pelo conferencista e escritor espírita Gerson Simões Monteiro dividindo quatro partes da vida do Divino Amigo: Início da vida de Jesus na Terra, Jesus agindo, Fatos do final de sua vida e Jesus agindo após sua volta ao mundo espiritual.